O papel do marketing para o futebol feminino

A Copa do Mundo Feminina é um evento internacional que foi criado para destacar e promover o futebol praticado por mulheres em nível mundial. Nesse sentido, a ideia de realizar um torneio internacional dessa modalidade começou a ganhar força na década de 1960 e, em 1969, a Confederação Asiática de Futebol (AFC, na sigla em inglês) organizou a primeira competição feminina em nível continental, conhecida como Campeonato Asiático de Futebol Feminino.

Portanto, em 1970, a FIFA, órgão máximo do futebol mundial, reconheceu oficialmente o esporte feminino e começou a trabalhar em direção a um torneio internacional para a modalidade. No entanto, foram necessários mais alguns anos até que a primeira edição da Copa do Mundo Feminina se tornasse realidade.

Apenas em 1991, finalmente ocorreu a primeira Copa do Mundo Feminina, sediada pela China, ao obter a participação de 12 seleções, tornou-se um marco importante para o futebol feminino. E a partir daí, já foram realizadas 8 edições deste torneio, sendo composto por 32 seleções nos dias atuais.

Diante desse momento, a seleção dos Estados Unidos sagrou-se como primeira campeã da história desta competição ao vencer a Noruega, e não para por aí, já que as estadunidenses ganharam metade dos troféus, assim tendo 4 títulos em sua trajetória, diferentemente do Brasil, que está focado em sua primeira conquista. Desse modo, isso mostra como o governo brasileiro investe menos na categoria feminina desse esporte do que os EUA, que é considerado o país do futebol feminino, já que segundo o G1, 70% das mulheres que praticam o esporte no mundo estão no país. 

Em suma, a diferença dos números referente aos dois países é gigante, pois enquanto nos Estados Unidos as jogadoras registradas abaixo dos 18 anos é de um milhão e meio de mulheres, no Brasil são menos de três mil. Ademais, nos EUA há 72 mil técnicos credenciados para dar aulas no futebol feminino, já no Brasil são apenas mil e trezentos. Ainda assim, mesmo com a diferença agravante, a maior atleta de futebol é a brasileira Marta da Silva, eleita seis vezes pela FIFA como melhor jogadora do mundo.

Nesse sentido, uma enquete realizada pela revista “Esquina” da Cásper Líbero, foi possível constatar uma evidente disparidade na visibilidade entre o futebol feminino e masculino, foram entrevistadas 119 pessoas. Assim sendo, os números revelam uma preocupante discrepância entre o conhecimento sobre as Copas do Mundo de cada modalidade, já que 88% dos entrevistados souberam que a Copa de 2018 ocorreu na Rússia, enquanto apenas 10% indicaram acertadamente a França como local da competição feminina de 2019. Além disso, 32% dos entrevistados afirmaram que não houve uma Copa do Mundo desta modalidade naquele ano.

Além disso, Adalton Diniz, economista especializado em História Econômica e professor, que também ocupa o cargo de vice-diretor na Faculdade Cásper Líbero, destaca a importância da audiência como um ativo valioso. Em sua perspectiva, a audiência é um produto em si, pois é um elemento essencial para viabilizar investimentos no setor da mídia e entretenimento. Desta forma, o marketing esportivo, em especial o brasileiro, tem a grande missão de colocar em destaque a seleção feminina tanto quanto a masculina. Para que assim, o sentimento que o povo brasileiro tem de patriotismo e pertencimento com o futebol masculino, ultrapasse para o âmbito feminino.

Desta maneira, as marcas ajudam a valorizar o esporte e aumentar o seu awareness. Nesse contexto, algumas das que estão inseridas nesse movimento para fomentar o futebol feminino durante o Mundial, que começa no dia 20 de julho são: Nike, fornecedora de material esportivo para as atletas, Kwai, que desde 2021 é a plataforma oficial das seleções e assim, o aplicativo terá algumas transmissões exclusivas e a Cimed, indústria farmacêutica que apoia a seleção masculina, estará também com a seleção brasileira feminina. Ainda, a farmacêutica apoiará o MVA (Movimento Verde Amarelo) na torcida e o projeto Meninas Em Campo. 

Haja vista, mesmo que ainda tenha uma grande diferença no número de empresas que patrocinam as duas seleções, percebe-se que a cada ano o meio comercial está dando mais atenção ao futebol feminino. Sendo assim, essas marcas são de extrema importância na luta para diminuir a discrepância que há na publicidade entre as duas modalidades.

Por fim, o marketing é essencial para a modificar a disparidade entre as duas seleções brasileiras de futebol e assim, implementar o esporte feminino no dia a dia da população. Com o propósito de trazer mais visibilidade e oportunidade para inúmeras meninas que têm o sonho de se tornarem jogadoras deste esporte tão amado pelo povo brasileiro. 


Texto por: Alexia Maltarolli

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